NEM SEMPRE O QUE PARECE, É!
DETERMINADOS
Pensamentos
deterministas tendem a atribuir ao meio o poder de moldar o caráter humano.
Estrito e simplesmente. Veja algo mais sobre esse tipo de pensamento nos estudos
literários “Naturalismo e Realismo” – caso interesse, leiam Cortiço de Aluísio
de Azevedo. Nessa corrente é comum ouvir comentários como: o aluno não aprende
porque é oriundo de uma camada pobre da sociedade. Mais forte nas últimas décadas
do século XX, como denunciou a professora Maria Helena Souza Patto em “A produção
do fracasso escolar”, ainda vemos reflexos desse tipo de pensamento em algumas instituições
que desistem do aprendizado dos seus membros reduzindo a simples resposta de
que a ele é impossível aprender.
É DO SANGUE
Mais difícil ainda é ouvir passivamente
que determinado aluno possui determinada característica intelectual e/ou
comportamental devido à genética. E resumem-se num “axioma bordão”: 70% são genéticas,
o restante é cultural. Nesse ínterim reflito se estamos sendo reduzidos a
animais instintivos.
QUESTÕES POLÊMICAS
Por mais que essas questões sejam
polêmicas, apresentando defensores e opositores, não podemos, como humanos,
aceitar a desistência pura e simplesmente. No campo educacional, todas as
instituições (escola, família, governo, empresas, igrejas entre outras) têm
como obrigação questionar certas “verdades”, senão corremos o risco de ser
invadido novamente por ações excludentes e extremistas. Nossas pré-concepções são
sempre perigosas quando percebidas apenas como concepções.
SOCIEDADE IGUALITÁRIA?
Sabemos que a sociedade não é
homogênea, que as relações interpessoais são diferenciadas, não podemos aceitar
comportamentos excludentes, baseados em simples suposições de que um indivíduo
não tem e não terá determinada capacidade para relacionar-se e usufruir de
todos os aparelhos sociais.
A VIDA É SIMPLES, SUA EXPLICAÇÃO, NÃO!
Dizer que um aluno, por exemplo, é
indisciplinado, pois vem de uma família de criminosos ou que um indivíduo não
aprende simplesmente porque foi gestado à base de álcool e droga é uma forma
muito simplista e irrisória. É assinar a carta de desistência e abandonar a
pessoa a “Deus-dará”. Como educador esse comportamento é lastimável. Como
pessoa, inumano!
Valdir dos Santos Lopes
Psicopedagogo – clínico e
institucional
Professor especialista em Língua
Moderna da Prefeitura de Barbosa – SP
Graduando em Pedagogia pela
UNESP/Univesp – polo Araçatuba –sp.